Mecanismo de Ação e Resposta Inflamatória da Curcumina
A curcumina é um composto bioativo com ação antioxidante e anti-inflamatória que contribui para o combate e prevenção de várias doenças crônicas, incluindo alguns tipos de cânceres.

A curcumina, um membro da família dos compostos curcuminoides, é um pigmento fenólico amarelo adquirido a partir da cúrcuma (Curcuma longa L.), pertencente à família da Zingiberaceae. Considerada o principal agente farmacológico no açafrão, trata-se de um polifenol com ação antioxidante e anti-inflamatória, que contribui para o combate de várias Doenças Crônicas (inflamatórias), incluindo diversos tipos de câncer (próstata, mama, melanoma, pâncreas), além de diminuir o risco de leucemia e mieloma múltiplo e a ocorrência de metástases em diversos tumores.
Vale salientar que a curcumina desintoxica o fígado, sendo benéfica para o coração, ajuda no controle do diabetes, neutraliza radicais livres, reduz a inflamação da artrite, tem ação analgésica, antisséptica e antibacteriana. Além disso, age no metabolismo das gorduras, auxiliando na perda de peso, ajuda, inclusive, na acne, na psoríase e em outras doenças de pele, e ainda, acelera a cicatrização. Outros grandes benefícios da curcumina são a prevenção da doença de Alzheimer, o combate à depressão e à esclerose múltipla. Em muitos estudos, os efeitos anti-inflamatórios da curcumina são comparáveis aos de drogas anti-inflamatórias potentes.
A atividade antioxidante da curcumina tem sido atribuída aos seus grupos hidroxil e metóxi. Um típico extrato cru dos rizomas da C. Longa contém cerca de 70% a 76% de curcumina. Diversos estudos caracterizaram a ação anti-inflamatória da curcumina, aliada à ação antibacteriana, antiviral, antifúngica e antitumoral.1
A curcumina modula in vitro diversos alvos moleculares, incluindo o NF-κB, e a expressão dos genes induzidos por este fator de transcrição, como as proteínas COX-2, iNOS, VCAM-1, ICAM-1, TNF-α, IL-1, IL-6, IL-8, IL-12 e interferon-γ. Além disso, a curcumina inibe in vitro a ativação do NF-κB dependente de TNF-α, além da ativação induzida por forbol-12-acetato-13-miristato (PMA) e por peróxido de hidrogênio. Todos esses três indutores supracitados estimulam a produção de espécies reativas de oxigênio, que são potentes ativadoras do NF-κB.2
Desse modo, sugere-se que seu efeito anti-inflamatório se deva, em parte, à sua capacidade de “sequestrar” espécies reativas de oxigênio em situações de estresse oxidativo celular. A curcumina é capaz de inibir a fosforilação e a degradação do IKB-α induzida pelo TNF-α, o que indica que esse composto bioativo também atua em etapas que precedem a fosforilação do IKB-α. Além disso, é capaz de inibir a ativação do fator de transcrição AP-1, frequentemente associado à resposta inflamatória.9 A curcumina inibe a ativação da JNK em células estimuladas por TNF-α, radiação ionizante, PMA e UV-C, isso revela um dos possíveis mecanismos de supressão das vias de sinalização da AP-1 e do NF-κB.
- Rahman I, Biswas SK, Kirkham PA. Regulation of inflammation and redox signaling by dietary polyphenols. Biochem Pharmacol. 2006;72(11):1439-52.
- HatcherH,PlanalpR,ChoJ,TortiaFM,TortiSV.Curcumin:From ancient medicine to current clinical trials. Cell Mol Life Sci. 2008;65(11):1631-52.