Epidemiologia da Doença Cardiovascular no Brasil
A principal causa de óbito no Brasil vem da DC.

Atualmente, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) apresentam um intenso crescimento, representando a maior causa de mortes prematuras no mundo, inclusive, no Brasil. Esse fato ocasiona perda de qualidade de vida da população de um modo geral, que precisa se restringir em atividades de lazer e trabalho, gerando impactos econômicos e sociais no país. Todos os anos, o SUS têm enormes gastos com as DC, relacionados à medicação, tratamento e internação.
Hoje, no Brasil, as DCNT constituem o problema de saúde de maior magnitude e são responsáveis por cerca de 70% das causas de mortes1. Nesse âmbito, as doenças cardiovasculares são a principal causa de óbitos no Brasil, correspondendo a cerca de 30% dos óbitos nas diversas faixas etárias2. Ou seja, em um ano, mais de 308 mil pessoas faleceram principalmente de infarto e acidente vascular cerebral. De acordo com o Ministério da Saúde, homens são os mais afetados pelas doenças cardiovasculares (como infarto e AVCs). Estudos do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (São Paulo) mostram que 60% dessas vítimas são homens, com média de idade de 56 anos. A alta frequência do problema coloca o Brasil entre os 10 países com maior índice de mortes por doenças cardiovasculares3.
De acordo com um estudo norte-americano4, as mortes por doença cardiovascular distribuem-se da seguinte forma: doenças coronarianas - 53%, acidente vascular cerebral (AVC) -15% e doenças arteriais periféricas - 5%.
As doenças cardiovasculares são consideradas doenças crônico-degenerativas, que afetam o coração e as artérias, conforme o citado infarto e acidente vascular cerebral, além de arritmias cardíacas, isquemias ou anginas. Uma característica fundamental desse tipo de doença é a presença de aterosclerose, que representa o acúmulo de placas de gorduras nas artérias no decorrer da vida do indivíduo. Tais placas impedem a passagem do sangue, podendo levar o indivíduo à morte.
O cigarro é um grande agente causador de risco de infartos, gerando cinco vezes mais chance para um fumante do que para um não fumante de desenvolver uma doença desse tipo, inclusive em maior escala do que para quem já tem o histórico da doença, por esse motivo, juntamente com o estresse e o sobrepeso, os índices de infarto têm aumentado nos últimos anos entre os jovens. Estudo recente do Hospital do Coração (HCor), de São Paulo, apontou que jovens entre 20 e 40 anos estão tendo mais problemas cardiovasculares, como infartos3.
O grande problema das doenças cardiovasculares, bem como de seus fatores de risco, é o fato de serem doenças silenciosas, podendo haver um quadro assintomático até que apareçam verdadeiramente os sintomas, quadro clínico. Assim, o processo de recuperação, torna-se raro, a doença torna-se crônica, podendo levar à invalidez ou a óbito.
- Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM, et al. Health in Brazil 4. Chronic non-communicable diseases in Brazil: burden and current challenges. Lancet. 2011; 377(9781):1949-61.
- Banco de dados do Sistema Único de Saúde. A principal causa de óbitos no Brasil. [citado 7 abr 2008]. Disponível em: http://www.datasus.gov.br.
- Ministério da Saúde/Portal da Saúde [internet]. Brasília: Portal Brasil; 2014 [acesso em 25 abril. 2016]. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/saude/2011/09/doencas-cardiovasculares-causam-quase-30-das-mortes-no-pais.
- National Institute of Health. Morbity and mortality chartbook on cardiovascular, lung and blood service. Bethesda: National Institute of Health; 1990.