Estresse Oxidativo na Hipertensão Arterial
Estamos constantemente interagindo com os radicais livres por fontes exógenas e endógenas. Apesar de sua importância em vários processos do organismo, quando em excesso, eles produzem o chamado estresse oxidativo, promovendo diversos danos ao indivíduo, sendo a hipertensão arterial um grande exemplo desse efeito negativo.

Considerando que entramos em contato continuamente com os radicais livres por meio de fontes exógenas (luz solar, radiação e poluição) e endógenas (processos metabólicos oxidativos produzidos pelo próprio organismo), deve-se reforçar que os mesmos são fundamentais em vários processos do nosso corpo, como ativação do sistema imunológico, desintoxicação de drogas, inclusive, na produção de óxido nítrico, importante para o relaxamento dos vasos sanguíneos. Em contrapartida, em excesso, esses radicais livres podem gerar danos teciduais e produção de compostos tóxicos, o chamado estresse oxidativo.
O estresse oxidativo é uma condição biológica representada pelo desequilíbrio entre os sistemas pró e antioxidante e pela degradação de espécies reativas de oxigênio (EROs) e de nitrogênio (ERn) sobre células, tecidos e órgãos. Dentre os vários efeitos desse desequilíbrio, onde há prevalência do sistema pró-oxidante sobre o antioxidante, o aumento da pressão arterial aparece de forma significativa, além, obviamente, de serem existentes várias outras patologias.
Neste contexto, observa-se que a hipertensão é uma disfunção endotelial que atua impedindo o vasorrelaxamento, causado por baixo funcionamento do óxido nítrico (NO) na parede vascular, relacionado à diminuição da vasodilatação e modulação das reações inflamatórias e anti-inflamatórias que ocorre devido ao estresse oxidativo, que atua na destruição do óxido nítrico, diminuindo a proteção dos vasos sanguíneos.
A configuração eletrônica do oxigênio, que apresenta forte tendência em receber um elétron por vez, é o que provoca a formação de espécies reativas de oxigênio (radicais livres). O metabolismo do óxido nítrico é interferido pelo estresse oxidativo, pela adição de um elétron a uma molécula de oxigênio no estado fundamental, gerando a formação do radical superóxido (O2-).
REAÇÃO: O2 + e- ⇢ 02-
Assim, o óxido nítrico, um radical livre centrado no nitrogênio, e o radical superóxido reagem de maneira direta, gerando o peroxinitrito, formando um oxidante com a característica do radical hidroxil.
REAÇÃO: O2 + NO ⇢ ONOO- ⇢ ONOO- + H+ ⇢ OH-
Esses metabólitos derivados do oxigênio, considerados em conjunto, são denominados de Espécies Reativas de Oxigênio (ERO), em função da aumentada reatividade para as biomoléculas que, em geral, alteram o tamanho e a forma dos compostos envolvidos na interação.
De um modo geral, o estresse oxidativo, ao produzir uma série de substâncias tóxicas, é considerado um grande fator de risco para várias doenças, dentre elas: câncer, aterosclerose, mutações, envelhecimento, artrite, doenças autoimunes etc.
Assim, pode-se notar que esse estresse pode ser extremamente prejudicial à saúde cardiovascular, sendo a alimentação um bom recurso de impedimento dos mecanismos acima mencionados, através do consumo de ácidos graxos monoinsaturados, encontrados em azeite, óleo de canola, azeitonas, avelã, amêndoa, abacate etc. Afinal, são alimentos mais resistentes, que enriquecem as partículas de LDL, tornando-as menos suscetíveis à oxidação.
- Barreiros, André Luís Bacelar Silva, Jorge Mauricio David, and Juceni Pereira de Lima David. "Estresse oxidativo: relação entre geração de espécies reativas e defesa do organismo." (2006).
- FREITAS, Daniele; Olszewer Efrain. (2019). Ed. Fapesbooks.
- OKIGAMI, Henry. A busca pelo equilíbrio bioquímico. (2018). Ed. Fapesbooks.